UMA HISTÓRIA PARA A QUARESMA
Acredito que esta história pode nos ajudar a refletirmos sobre este tempo de quaresma.
Conta-se que um ermitão, uma destas pessoas que, por amor a Deus, se refugiava na solidão do deserto, para se dedicar somente à oração e à penitência, muitas vezes, reclamava que tinha muito que fazer. Perguntaram-lhe como era possível que, em sua solidão, tivesse tanto trabalho. Prontamente respondeu:
- Tenho que domar dois falcões, treinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um asno e sujeitar um leão.
- Não vemos nenhum desses animais perto do local onde vives. Onde estão estes animais?
O ermitão então explicou:
- Estes animais todos os homens têm, vocês também. Vejam:
Os dois falcões se lançam sobre tudo o que aparece, seja bom ou mau. Tenho que doma-los para que só se fixem sobre uma boa presa. São os meus olhos!
As duas águias ferem e destroçam com suas garras. Tenho que treina-las para que sejam úteis e ajudem sem ferir. São minhas mãos!
Os dois coelhos querem ir aonde lhes agrada, fugindo dos demais e esquivando-se das dificuldades. Tenha que ensina-los a ficarem quietos, mesmo que seja penoso, problemático ou desagradável. São meus pés!
O mais difícil é vigiar a serpente, apesar dela estar presa numa jaula de 32 barras. Está sempre pronta para morder e envenenar os que a rodeiam, mal se abre a janela. Se não a vigio de perto, causa danos. É a minha língua!
O burro é muito obstinado, não quer cumprir com suas obrigações. Alega estar cansado e se recusa a transportar a carga de cada dia. É o meu corpo!
Finalmente, preciso domar o leão. Quer ser o rei, o mais importante; é o vaidoso o orgulhoso. É o meu coração!
Aqui termina a história, mas ela aponta para atitudes concretas a serem trabalhadas, especialmente no tempo da Quaresma.
Preparemos para a festa maior que é a PÁSCOA, a Ressurreição da Vida em nós.
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